terça-feira, 15 de junho de 2010
Adoção e Preconceito
A concepção de uma nova mentalidade de adoção atende à necessidade da criança maior de ter uma família, o que não é uma realidade absoluta em Barra do Garças. O drama da criança maior, disponível para adoção é intensificada quando ela não corresponde aos requisitos exigidos pelos adotantes. Sendo, esquecidas nas instituições até completarem 18 anos.
Segundo a Coordenadora do lar provisório de Barra do Garças, “Crisálida”, Irmã Cemilda, existem adolescentes que estão no lar provisório, há três anos, não havendo ninguém da família com capacitação e condições adequadas para garantir a convivência familiar. Na maioria das vezes, as pessoas cadastradas nos Juizados da Infância e Juventude, preferem adotar crianças menores de 2 anos e, preferencialmente, de cor branca, explica.
Os preconceitos e discriminações sobre o tema adoção são ainda mais intensos nos casos de adoção necessária. A generalização feita sobre os problemas de adoção tardia é baseada nos casos, em que, a relação adotante/adotivo se tornou difícil.
A candidata à adoção, Ângela Maria Alves, 42, diz que, o preconceito em relação à adoção tardia, para os adotantes, é muito forte, como se todas as adoções de bebês fossem indicativo de sucesso garantido e, todas as adoções de crianças mais velhas já representassem um fracasso. Os candidatos para adoção acreditam ter os bebês maior facilidade para adaptar à família, argumentou.
Inicialmente, a criança maior, poderá ter dificuldades de adaptação à família e ao novo lar, por trazer traumas de seu passado e do abrigo. Pais e filhos experimentam uma adaptação mútua de convivência e rotina familiar.
Conforme o assistente judiciário, Wilson Pereira de Melo, é feito uma preparação dos adotantes para haver harmonia no relacionamento. Conscientizá-los que a adoção de crianças maiores tem características especiais, diferentes de quem adota um bebê. Os novos pais recebem um filho que já fala, sabe se alimentar sozinho tem uma história de vida, podendo ser de abandono, sofrimento e agressão. O tempo de aproximação poderá ser de dias ou meses, tudo dependerá da evolução da situação, da idade da criança e das diferenças de um caso para outro.
Para o casal Mauro Borges e Alice Borges, a experiência de adoção tardia foi complicada, a maior dificuldade encontrada foi na educação e a agressividade da criança. “Ele não tinha respeito, queria me agredir. Procurei ajuda de psicólogos e assistentes sociais para me ajudar. Mas, em nenhum momento pensei em devolver ou me arrependi”, disse Alice. Já, a enfermeira Ana Lúcia Botelho afirma que a experiência foi um fracasso, não havendo compatibilidade entre ela e a criança. Acabou desistindo do processo de adoção.
“As dificuldades vividas na adoção de crianças maiores já estão sendo bem sucedidas. É necessário, amor, paciência e maturidade afetiva dos adotantes para obter uma adaptação familiar sucedida”, afirma a psicóloga Noemir Carvalho.
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Parabéns Nayara pelo blog e pelo tema pesquisado por você. Realmente esse é um assunto complexo e nossa sociedade não está preparada para encarar essas situações, uma vez que o preconceito fala muito mais alto.
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